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    sexta-feira, junho 19, 2009

    Bruna Alves ás 22:16 //


    O violão no sereno, o jardim escuro e a grama alta a ponto de lhe fazer cócegas na altura das canelas, caso quisesse atravessar a barreira que o vidro da janela fazia naquela noite.
    O garoto olhava para tudo, tudo verde. Somente seus olhos iluminavam a grama e os pequenos insetos que rondavam sua janela.
    Os pés descalços e encolhidos sobre a poltrona que um dia havia pertencido a um amigo próximo, seu casaco que lhe parecia grande demais, cobrindo as mãos e deixando de fora somente as pontas de seus dedos frios, e de hora em hora, alcançava a vidraça buscando afugentar uma joaninha, que insistia de forma adorável em observá-lo, deslizando pelo vidro bem a sua frente.
    Sentia frio, como se o inverno nunca tivesse chegado antes, os pelos de seus braços se arrepiavam sob o tecido, causando uma sensação de desconforto engraçada, que fazia com que o garoto esfregasse os braços, tentando esquentar a si mesmo.
    Pensava estar distante de tudo, via somente sua poltrona velha, a vidraça e os jardins. E mais a frente, via também o violão, mas por um momento, percebeu que o instrumento fazia parte da grama verde, entrelaçando-se com a terra remexida mais cedo e a umidade do sereno.
    Estava cansado e sentia que não aguentaria esperar muito mais pelo resto da noite, olhava no relógio e via os minutos durando horas para passar, se arrastando como seus dedos, agora desenhando círculos imaginários em seu próprio joelho.
    Doente, sentou-se de lado, ajeitando-se entre as muitas almofadas de desenhos infantis, apoiou a cabeça no encosto da poltrona e sorriu levemente para a joaninha que voltara a lhe rondar.
    Indagou a pequena à olhando de forma deveras inocente para um garoto da sua idade. O inseto sendo observado pelo olhar curioso, os olhos azuis iluminando agora um espaço maior do lugar, que poderia alcançar até mesmo o muro de arbustos no fim do jardim, piscaram molhados e de forma inconsciente se apagaram, deixando um suspiro escapar pelos lábios preguiçosos demais para se manterem fechados.
    O calor da noite estava lhe pegando, esquentando a poltrona de forma gostosa, a começar pelos pés, e então seus dedos estavam agora aquecidos pelo sono, sua mente então viajou até seus pés descanlços correndo pelo jardim ao lado de alguns amigos, e momentaneamente ele lembrou-se do violão soando devagar no fundo do jardim e de um sorriso inesquecível escondendo-se por trás do instrumento. E mais nada.
    E então, naquele momento ele estava aquecido, de forma indiscutível ele estava aconchegado entre as almofadas, o estofado usado do sofá e um par de braços que lhe apertava de forma carinhosa. Bagunçou seu cabelo e o jogou de lado, deixando seu rosto exposto a luz do cômodo, que logo foi apagada e subtituída pela de um abajur de cor azulada.
    Ele agora estava completamente adormecido, não sentia mais o calor do abraço nem o correr dos dedos pelos fios de seu cabelo. O espaço reduzido da poltrona agora era dividido ao meio. De forma carinhosa, os olhos castanhos que o observavam correram pelo jardim, o violão, e por fim seus olhos quietos e adormecidos. Um sorriso, e no momento seguinte não haviam olhares para serem ditos. Somente, o velho móvel, a escuridão do jardim e o suspirar sobre as mãos entrelaçadas.